Vejo o caos:
Sociedade doente, nua e transparente
Afogam-se dentro da própria mente
Lamentando tanto a maldade
Como o futuro certo que vem pela frente
Estão alienados, presos
Pelas cabeças com adereços de antena parabólica
Transmitindo sem parar um programa
Onde todos são heróis e coadjuvantes numa outra historia
Vejo cães adestrados
Fugindo do que é certo com medo de estarem errados
Fazem a apoteose da sexta feira
Onde o entretenimento enaltece:
b e b i d a s, d r o g a s, s e x o
Gerando mais sofrimento
Subnutrindo nossos espíritos
Parece divertido
Por um momento
Inferno:
É segunda feira,
Leseira,
Café e pão com manteiga,
Ônibus lotado, ressaca, amores opacos
Sem saber se estão mais tensos ou aliviados
Aram o terreno fértil que se chama Ilusão
E plantam seus sonhos:
Mais produtos para um mundo fabricado
Onde são artificialmente subjugados
Para serem o que são
Apesar disso continuo são,
Afinal carregam em parte sua razão
Por fim, larguei tudo
Me chamam de vagabundo
por não participar desse esquema de corrupção